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             O 
          edifício Alexandre Mackenzie, localizado numa das esquinas mais 
          movimentadas da capital paulista, ao lado do viaduto do CHÁ, 
          foi restaurado para abrigar um centro de compras. O Shopping Light dá 
          lugar à antiga sede da Eletropaulo, empresa privada responsável 
          pela distribuição de energia para 24 cidades do Estado 
          de São Paulo, incluindo a capital Paulista, e aproveita a freqüência 
          diária local estimada em cerca de 1 milhão de pessoas. 
          "Não temos a intenção de atrair consumidores 
          de outras regiões", afirma o arquiteto Carlos Faggin, responsável 
          pelo projeto arquitetônico. 
          O projeto inicial data de 1994, quando começam os trabalhos de 
          conversão de uso do edifício tombado pelo Condephaat (Conselho 
          de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico 
          e Turístico do Estado de São Paulo), que forneceu as diretrizes 
          a serem seguidas nas obras. "Trabalhei com necessidades de um shopping 
          e as restrições de um edifício tombado", diz 
          Faggin. A preservação de elementos importantes para a 
          arquitetura da edificação pautou o trabalho da Birmann, 
          responsável pela execução e gestão da obra. 
          Bastante danificado, o prédio tinha as paredes e os pisos quase 
          irreconhecíveis antes da restauração. 
          "A grande dificuldade da obra foi incutir o espírito de 
          preservação nas pessoas que trabalharam conosco", 
          afirma a arquiteta Adriana Pina, da Birmann, uma das responsáveis 
          pela obra. O pórtico de entrada da rua Xavier de Toledo, por 
          exemplo, que pertencia ao restaurante Panamericano, construção 
          anterior ao próprio prédio, foi mantido. Um sistema de 
          escoramento com travamento metálico sustentou esse elemento, 
          o único acesso possível tanto para materiais quanto para 
          a equipe da obra durante o período de execução. 
          Uma retrospecção conseguiu encontrar a cor original e 
          as molduras de madeira ao redor das portas de enrolar do pórtico. 
         
          Fundações - Atrás desse pórtico, 
          no local que era destinado aos refeitórios da Eletropaulo, foi 
          construído um prédio anexo que hoje abriga toda a infra-estrutura 
          de serviços de escadas rolantes, elevadores, escadas de incêndio 
          e circulação horizontal dos seis andares de lojas, pavimento 
          intermediário e térreo do shopping. O anexo teve, inclusive, 
          a estrutura de concreto armado travada no próprio pórtico. 
          As fundações foram executadas com perfis metálicos 
          e cortinas de contenção que serviram de apoio ao edifício 
          vizinho e às caixas dos novos elevadores, além de estacas 
          escavadas no centro e estacas-raiz junto ao prédio antigo, onde 
          surgiram algumas dificuldades. "Encontramos blocos enormes de concreto 
          a 8 m de profundidade das escavações", explica o 
          engenheiro Luís Marchi, diretor de operações da 
          Birmann e um dos responsáveis pela obra. "Optamos pela estaca-raiz 
          para não danificar a antiga construção". Visando 
          ainda a preservação, os acabamentos internos são 
          idênticos aos do edifício Alexandre Mackenzie com pisos 
          em porcelanato e forro de gesso e colméia de alumínio, 
          aproveitando o estuque existente. 
          O pavimento rés-do-chão, todo tombado, mereceu atenção 
          especial. Elementos de madeira, tais como balcões e lambris nas 
          paredes, foram lixados e polidos até encontrar a cor original. 
          Os desenhos nos capitéis dos pilares foram recompostos, assim 
          como os vitrais das clarabóias e um piso decorado com mosaico 
          de pastilhas no corredor lateral. O mármore da escada de acesso 
          ao andar intermediário e dos antigos balls dos elevadores foi 
          limpo e reconstituído. 
        FICHA TÉCNICA: 
          projeto conceitual e pré-executivo de arquitetura: CARLOS FAGGIN; 
          projeto executivo, detalhamento e de interiores: BIRMANN; Projeto 
          de Fundações: FUNDACTA; projeto de estrutura: 
          GUIMARÃES DIAS; projeto de hidráulica, elétrica 
          e ar-condicionado: PROJETAR; projeto luminotécnico: ESTHER STILLER; 
          projeto de cobertura: ERNESTO TARNOCKZY; projeto de impermeabilização: 
          PROASSP; projeto e execução da automação: 
          JOHNSON; projeto de paisagismo: BENEDITO ABBUD; execução 
          das fundações: SUPERFIL e GEOMETA; execução 
          da estrutura: AFONSO FRANÇA; execução do piso: 
          LATINA; ar-condicionado: CLIMAPRESS; luminárias: LUMINI; cobertura: 
          MARFIN; mobiliários: AROEIRA e TOKA; escadas rolantes e elevadores: 
          OTIS; pintura: FIORENTINO; toldos: ZETAFLEX; vidros: SANTA MARINA; porcelanato: 
          PAMESA; impermeabilização: NORTE SUL; comunicação 
          visual: KOIKE; paisagismo artificial: COMPANHIA DAS FOLHAS; paisagismo 
          natural: CLOROFILA; restauração da fachada: COMPANHIA 
          DE RESTAURO; restauração dos elevadores, halls, azulejaria 
          e clarabóias: SARASÁ; restauração da marcenaria: 
          ARTEIRA 
         
        Matéria 
          Publica na Revista A Construção São Paulo "Obra 
          de Época" 
          Número 2709 - janeiro/00 - páginas 11 a 14  
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