CORTINAS FECHADAS
(ERIC COZZA)

Consultoria de fundações oferece sistema de cortinas pré-moldadas que promete rapidez, agilidade e economia na execução.

CORTINAS FECHADAS

Nas construções convecionais, com um ou mais subsolos, as cortinas de contenção de solo são concretadas na fase final dos trabalhos, muitas vezes com a sobra da madeira das fôrmas utilizadas no prédio. A empresa paulista Fundacta Consultoria e Engenharia de Fundações, que comemora seus dez anos em 96, oferece um sistema que promete racionalizar a execução desse serviço, com ganhos de tempo e redução de custos. No lugar do escoramento com pranchas de madeira, a Fundacta propõe a utilização de placas pré-moldadas colocadas entre os perfis metálicos durante a fase de escavação. O passo seguinte é concretar o vão entre as placas, com ou sem armação, conforme projeto do engenheiro calculista.
Segundo Daniel Rozenbaum, diretor da Fundacta, as "cortinas pré-moldadas" são concluídas em prazo inferior ás executadas pelo método tradicional - o cronograma previsto jamais ultrapassaria o tempo gasto com as escavações da obra-, dispensam o uso da madeira e têm custos entre 30% e 40% inferiores. O maior ganho seria com a otimização da mão-de-obra, afirma Rozenbaum.
   " No sistema tradicional, a obra vai avançando e a madeira chega a ficar um ano ou mais servindo de escoramento. No final, o engenheiro é obrigado a voltar com toda uma equipe de operários, concretar vão por vão, chapiscar e revestir a superficie", afirma o diretor da empresa.
   " Nosso objetivo com o uso da cortina pré-moldada é industrializar o processo, partindo direto para o acabamento final", explica. Mesmo com a promessa de tantas vantagens, alguns construtores resistem a abandonar o método tradicional, com receio de gastar mais do que foi previsto ou prejudicar o acabamento final da obra, admite Rozenbaum. Ele calcula que todos os gastos com fundações, incluindo as cortinas, não ultrapassam de 6% a 7% o custo final da obra. Além disso, continua, assim como no método tradicional, a cortina também pode ser revestida. " Mas os clientes têm optado por lixar as placas e deixa-las aparentes, pintando apenas a aba dos perfis metálicos".
Primeira Experiência - A ansiedade do construtor para ver a estrutura de pé o mais rapidamente possível, deixando em segundo plano os serviços importantes da fase de fundações, tem sido outro desafio para vender seu sistema. " O engenheiro decide executar as cortinas no final da obra e depois acaba reclamando que o processo é trabalhoso", conclui o diretor da Fundacta. A primeira experiência da empresa com a cortina pré-moldada foi realizada no canteiro de obras do Shopping Center Romero Plaza, no bairro do Tatuapé, zona leste paulistana. Interessado em agilizar a execução das cortinas e manter o canteiro limpo, o engenheiro Newton Salomão, gerente de produção da Lucio Engenharia e Construções, responsável pela obra do shopping, decidiu ajudar a Fundacta a desenvolver a cortina pré-moldada. Ele chegou até mesmo a indicar o fornecedor dos painéis pré-fabricados utilizados nas cortinas. " Essas placas eram utilizadas como pré-lajes, colocadas horizontalmente. nós as adaptamos para o uso vertical", explica Salomão. Uma das vantagens desses painéis é a leveza, que facilita seu transporte e a manipulação no canteiro.
Depois da experiência aprovada no Shopping Romero Plaza, a Lucio utilizou o sistema na construção de uma escola, na capital paulista. "Nós temos um caderno de procedimentos, no qual detalhamos toda a metodologia construtiva da Lucio Engenharia. E o uso da cortina pré-moldada já faz parte desse caderno", finaliza Salomão.

 

Matéria Publica na Revista A Construção São Paulo "Cortinas Fechadas"
Número 2519 - maio/96 - páginas 12 e 13